29.3.12

Octávio Ianni, o pensador ituano


Formado em 1954, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, o Sociólogo Octávio Ianni foi um intelectual dedicado a compreensão das diferenças sociais, das injustiças a elas associadas e dos meios de superá-las.
Nascido em 1926, na cidade de Itu/SP, Ianni participou da chamada Escola de Sociologia Paulista, onde traçou um novo paradigma sobre o preconceito racial no Brasil.
Aposentado pelo AI-5 e proibido de lecionar na USP, o Sociólogo ituano migrou para a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), integrando a equipe de pesquisadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Mais tarde, com o fim da ditadura e a redemocratização do país, voltou para o ensino público superior, dessa vez como professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Ao lado dos Sociólogos Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso, foi considerado um dos principais sociólogos do país, dedicando-se, em seus últimos anos de vida, aos estudos sobre a Globalização. Sobre sua cidade natal, escreveu “Itu, uma cidade antiga”, em 1988.
Faleceu em 2004. 
Está sepultado no jazigo de sua família, no Cemitério Municipal de Itu/SP.

Obras de Octávio Ianni:

- Cor e mobilidade social em Florianópolis, 1960 (em colaboração)
- Homem e sociedade, 1961
- As Metamorfoses do escravo, 1962
- Industrialização e desenvolvimento social no Brasil, 1963
- Política e revolução social no Brasil, 1965
- Estado e capitalismo no Brasil, 1965
- O colapso do populismo no Brasil, 1968
- Estado e Planejamento Econômico no Brasil, 1971
- Raças e Classes Sociais no Brasil, 1972
- A formação do Estado populista na América Latina, 1975
- Imperialismo e cultura, 1976
- Escravidão e racismo, 1978
- Ditadura e Agricultura, 1979
- A ditadura do grande capital, 1981
- Revolução e cultura, 1983
- Classe e nação, 1986
- Dialética e capitalismo, 1987
- Ensaios de sociologia da cultura, 1991
- A sociedade global, 1992
- O Labirinto Latino - Americano, 1995
- Teorias da Globalização, 1996
- Enigmas da modernidade-mundo, 2000

FONTES: “Revista Campo e Cidade”. Edição Comemorativa. Itu: Igil, 2010.
                Site Wikipédia.

27.3.12

A tradicional família ituana


Ao contrário do Nordeste brasileiro, onde predominou a família patriarcal, no estado de São Paulo, de acordo com o estudo de Eni Samara, a maioria das famílias eram constituídas por tipos nucleares, caracterizando-se por diversos arranjos.
Em Itu/SP não foi diferente. Destacando-se como uma das cidades mais antigas do estado, aqui a família foi o centro de poder econômico e político durante os séculos XVII, XVIII e XIX.
O historiador ituano Francisco Nardy Filho destacou inúmeras famílias tradicionais de nossa cidade, como por exemplo: Almeida Mattos, Almeida Prado, Almeida Sampaio, Mariano da Costa e Álvares Lobo, Amaral Gurgel, Barros, Bicudos, Camargo Penteado, Dias Aranha, Fonseca, Leite Pinheiro, Mesquita, Pacheco, Pacheco da Silva, Ferraz, Paula Souza, Paula Leite, Portela, entre outros tantos...
Posteriormente, as famílias foram se “misturando” com os imigrantes estrangeiros – inicialmente colonos e, mais tarde, citadinos – entre eles, italianos, japoneses, sírios, judeus... além, claro, dos negros forros. Assim, gradativamente, foi-se configurando a sociedade ituana.
Em Itu/SP, a igreja católica exercia – e ainda exerce – grande influência religiosa, chegando mesmo a instalar dois importantes colégios católicos voltados para a educação dos filhos da elite paulista: o Colégio São Luiz (meninos) e o Colégio do Patrocínio (meninas).
Atualmente, realizam-se na cidade de Itu/SP, várias festas tradicionais religiosas que recebem um grande número de fiéis.

Fonte: OLIVEIRA, Jair de. "Memória de Itu". Itu: Gráfica Gaviolli, 2011.
Foto: Casal Olympia da Fonseca e Carlos Vasconcellos de Almeida Prado e filhos (esq. para a dir.): Octaviano, Júlia, Edgard e Carlos. (Foto de 1890)


21.3.12

O Cinema chega em Itu/SP

Filhos de um fotógrafo e proprietário de uma indústria de filmes e papéis fotográficos, Louis e seu irmão August Lumière, após muitos estudos sobre os processos fotográficos, foram responsáveis pelo desenvolvimento do primeiro Cinematográfo, em 1895. O aparelho, movido a manivela,  utilizava negativos perfurados e era capaz de registrar, fotograficamente, sucessivas imagens a uma velocidade maior do que o tempo de persistência da retina, conferindo aos fotogramas a sensação de movimento.
Segundo a História oficial, a primeira exibição pública das produções dos irmãos Lumière - e da invenção do cinema - foi em 28 de Dezembro de 1895, no Grand Café, em Paris. As produções restringiam-se a curtos registros sobre a vida cotidiana, filmados ao ar livre. A sessão foi inaugrada com a projeção de "A Saída dos Trabalhadores da Fábrica Lumière", produzido no mesmo ano.


Em Itu/SP, a primeira projeção pública do cinematógrafo que se tem notícia, data de 1905, no Largo do Carmo. A "sala de cinema", consistia em uma armação de lona, tal qual um circo, onde diversas bancadas eram dispostas frontalmente a uma tela de tecido. Funcionava das 14:00 as 22:00 horas e exibiam 4 filmes, ao custo de 1$000 (mil-réis). Esse cinema itinerante estabeleceu-se na cidade por apenas três dias e contou com um numeroso e admirado público, conforme nos relata o historiador Francisco Nardy Filho.
Por sua vez, ainda na cidade de Itu/SP, a inauguração oficial de nosso primeiro cinema residente, foi em 23 de Dezembro de 1911.

FONTES: FILHO, Francisco Nardy. "A Cidade de Ytu": crônicas históricas. Itu: Ottoni Editora, 2ª edição, vol.03, 2000.
SITES: Controvérsias / Cine e Pipoca
FOTO: Gravura onde August Lumière aparece utilizando o cinematográfo.
FILME: "Saída dos Trabalhadores da Fábrica Lumière". Dir: August e Louis Lumière. Doc. França. P&B, mudo, 1895.

19.3.12

Calçamento urbano


Segundo o historiador ituano, Francisco Nardy Filho, as primeiras informações sobre o calçamento das ruas da cidade de Itu/SP, datam de 1790. D. Bernardo de Lorena, o então Capitão-General Governador de São Paulo, inclusive, teceu elogios à iniciativa dos poderes públicos de nossa cidade.
Em 1826, a Câmara Municipal de Itu/SP determinou que os moradores das ruas do Comércio, Direita, Carmo e Palma, construíssem calçadas de 10 palmos de largura em suas portas, sob pena de multa de 6$000 (seis mil réis).
Em 1884, foi a vez das ruas do centro da cidade serem macadamizadas, ou seja, cobertas com 3 camadas de pedras (cascalhos) que, posteriormente, eram comprimidas ou piladas por pesados rolos. Além disso, tornava-se necessário o assentamento de valas laterais que garantiam o escoamento das águas pluviais. Em 1904 foi realizado o assentamento de paralelepípedos da Rua Direita e Praça Pe. Miguel e, em 1926, o calçamento da Rua do Comércio.

Todas as pedras utilizadas para a “pavimentação” de nossas ruas, eram retiradas de pedreiras existentes nas proximidades da cidade, na região do Rio Tietê, antiga estrada para Jundiaí. As calçadas, por sua vez, eram construídas com lajes de varvito, extraídas da pedreira cuja formação geológica é o resultado da deposição de argila, areia e silte, ocorrida entre, aproximadamente, 300 milhões de anos.

Ainda hoje – no calçamento lateral da Igreja Matriz, por exemplo - é possível encontrarmos vestígios da presença de animais invertebrados que habitavam o fundo dos lagos, onde a deposição ocorria. Estes vestígios aparecem na forma de traços finos e alongados, geralmente mais claros, formados durante os meses quentes, quando a vida nos lagos poderia ser mais ativa.

Fotos: Extração e transporte do varvito (atual Parque do Varvito).
Créditos: Elton Zanoni/Moacir Fritzen/Grupo Fotos Antigas de Itu/SP.
Fonte: Wikipedia/varvito
FILHO, Francisco Nardy. “A cidade de Ytu”: histórico de sua fundação e dos seus
principais monumentos. Itu:Ottoni Editora, vol.01, 2ª edição, 2000.

16.3.12

"Trânsito pesado"

Um acidente automobilístico, no cruzamento da Rua dos Andradas com a Travessa da Igreja do Carmo,  provavelmente numa tarde da década de 1950, paralisou o trânsito no centro de Itu/SP.
Testemunhas afirmaram que o caminhão, ao ignorar o cruzamento, desrespeitando a sinalização local, chocou-se com o veículo que ficou com a lateral parcialmente destruída.
Apesar do grande número de curiosos e dos danos materiais, não houve vítimas.
Após lavrado o B.O, o trânsito foi liberado.

Créditos: João Carlos Pestana Ramos/Grupo Fotos Antigas de Itu/SP.

15.3.12

Pe. Bento Dias Pacheco

Bento Dias Pacheco, ituano, nascido em 1819, na Fazenda da Ponte, a margem direita do Rio Tietê, provinha de família muito abastada. Filho de Inácio Dias Ferraz e Ana Antonia Camargo, desde cedo era incentivado a tornar-se doutor de prestígio na região. Porém, optando pelo sacerdócio, deu início aos seus trabalhos religiosos ali mesmo, na dita comarca.
Pouco tempo depois, após o falecimento de seu pai, viu-se impelido a cuidar dos negócios da fazenda, notabilizando-se pelo trato e cuidado que possuía em ralação a sua escravaria. Tal característica, de amor ao próximo, lhe rendeu dois convites para assumir a função de capelão do Hospital dos Lázaros, ambos recusados devido ao temor e preconceito que vigorava na época, em relação aos portadores de hanseníase.
No entanto, em 1869, Pe. Bento encheu-se de coragem e, radicalmente, decidiu dar novo rumo a sua vida: vendeu todos os bens, distribuindo os lucros obtidos aos mais necessitados da região, despediu-se de parentes, amigos e foi morar na Chácara Piedade, local onde eram isolados os portadores do mal de hansen. 
Estava convicto: a partir dali, Pe. Bento Dias Pacheco dedicaria sua vida aos doentes, amparando-os material e espiritualmente. O árduo trabalho de Pe. Bento - pai, amigo e médico daqueles enfermos - se estendeu por 42 anos, até o dia de sua passagem, em 06 de Março de 1911. Seu corpo está sepultado na Igreja do Sr. do Horto e São Lázaro, no bairro em que hoje leva o seu nome. 

Desde 2003, a Cúria Diocesana de Jundiaí instalou o Tribunal Eclesiástico Diocesano para a Causa de Beatificação e Canonização de Pe. Bento Dias Pacheco, cujo processo ainda tramita na Congregação para a Causa dos Santos, Vaticano.

Foto: Pe. Bento Dias Pacheco, em 1900.
Crédito: OLIVEIRA. Jair de. "Memória de Itu". Itu: Gráfica Gaviolli, 2011.
Fonte: site Wikipédia.
           site Diocese de Jundiaí

13.3.12

Vistas da cidade de Itu/SP

Itu é um município do estado de São Paulo, localizado na latitude 23º15'51" sul e na longitude 47º17'57" oeste, a uma altitude de 583 metros acima do nível do mar. Sua população estimada é de 160.000 habitantes, formada, principalmente, por descendentes de imigrantes portugueses, italianos, japoneses, além de migrantes de outras regiões do Brasil, em especial do Nordeste e do Paraná. A cidade conhecida pelos exageros, fama inaugurada pelo comediante Francisco Flaviano de Almeida, o famoso Simplício
Itu/SP já foi a cidade mais rica do estado, sendo famosa por nela residirem muitos Barões do Café e autoridades importantes do País, como por exemplo, Prudente de Moraes, o 1º presidente civil da República Brasileira, eleito em 1894. Aqui foi realizada, em 1873, a "Convenção de Itu", reunião política responsável pela fundação do PRP (Partido Republicano Paulista), principal partido na condução do processo que culminou com a Proclamação da República, em 1889.

                                       Obra: "Vistas da vila de Itu/SP" - Jean-Baptiste Debret (1768-1848)

É o 46° município mais populoso do estado de São Paulo e o 153° no Brasil, além de ser a segunda maior cidade da Microrregião de Sorocaba, atrás apenas da própria cidade de Sorocaba.

Algumas informações básicas, sobre a cidade de Itu/SP, que todo cidadão local deveria saber:

Território e População
Área (Km²): 639,98
População (2009): 158.570
Eleitores: 96.589
Densidade demográfica(hab./km - 2011): 243,77
Clima: Tropical (min. 16º / máx. 22º - média)
Relevo: Entre o planalto cristalino e o sedimentar, relevo de colinas suaves
Limites: Salto, Elias Fausto, Porto Feliz, Sorocaba, Mairinque, Araçariguama, Cabreúva, Itupeva, Alumínio, São Roque e Indaiatuba
Hidrografia: banhado pelos rios Tietê, Itaim Mirim, Itaim Guaçú e Braiaiá
Bioma: Mata Atlântica

                                            Obra: "Vista da cidade de Itu" (1851) - Miguelzinho Dutra
 Infra estrutura                    

Coleta de lixo - Nível de atendimento (em %): 98,49
Abastecimento de água (em %) em 2000: 97,33
Esgoto Sanitário (em %) em 2000: 95,45

Saúde                                                                        

Taxa de natalidade (por mil habitantes - 2010): 15,16
Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos - 2010): 9,0

Economia

Renda per Capita (em salários mínimos) em 2000:  2,78
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2000: 0,815 (1,0 corresponde ao nível máximo)
PIB (em milhões de reais) em 2009: 4.131,26
Participação no PIB do estado de SP (em %) em 2009: 0,380

Cada cidadão possui um ponto de vista próprio sobre o local em que vive.
Qual é o seu??

Fontes: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e IBGE
Foto: Vista Geral de Itu/SP (1940)
Créditos: Grupo Fotos Antigas de Itu/Cristiam de Itu

12.3.12

O "velho" e o "novo" na paisagem ituana

Nota-se, no canto superior a esquerda, a construção de um prédio de 8 andares, circundado pelo casario histórico do centro da cidade. 
Seria esse o início da transformação - e distorção - da paisagem arquitetônica histórica de Itu/SP? 

O que você acha? 
Dê sua opinião.

Foto: Praça Pe. Miguel
Créditos: Foto Postal Colombo/Grupo Fotos Antigas de Itu/ Cristiam de Itu

9.3.12

Praça Pe. Miguel, o Jardim Público ituano

Praça Pe. Miguel (Largo da Matriz) circundada por grades e portões, em 1898. 
É considerado o 1º Jardim Público da cidade de Itu/SP.  
Iniciativa de Octaviano Pereira Mendes.







Créditos: OLIVEIRA, Jair de. "Memória de Itu". Itu: Gráfica Gaviolli, 2011.

Praça da Independência

Domingo, 20:30 hs. 
Nem internet, nem facebook.
A diversão era passear de mãos dadas com os pais, 
ou com a namorada - o dia em que tivesse uma.
Era apenas uma criança de 10 anos, cheio de sonhos e fantasias.
Cachorro quente, sorvete e bola na praça...
O enorme chafariz, no centro, expelia água colorida para cima e para os lados.
Conforme a música, imprimia figuras e formatos pelo ar...
Era lindo!

Hoje, o menino cresceu.
Arrumou namorada - os pais se foram...
A música parou.
A água secou.
O chafariz sumiu...
Restaram as fantasias e os sonhos...
Dormindo, ele ainda vê a sinuosidade colorida, 
ainda sente o spray molhado em seu rosto.
E, sentado no banco, observa e pensa:
Sim, era lindo!

Foto: Fonte Luminosa, pça. da Independência (largo do Carmo)
Créditos: Foto Postal Colombo/Ademar Nunes/Grupo Fotos Antigas de Itu/SP
Crônica: Erik Tavernaro

8.3.12

Madre Maria Teodora Voiron

Luísa Josefina Voiron era o nome de batismo da Madre Maria Teodora Voiron. Nascida em Chambéry, França, em 6 de abril de 1835, era a filha mais velha do casal Cláudio Voiron e Catarina Héritier, simples agricultores.
Aos quinze anos, sente um forte chamado para a vida religiosa e resolve buscar orientação com a madre superiora Maria Felicidade Veyrat, que a orientou a rezar e pedir ao Espírito Santo esclarecimento em sua decisão. Dois anos depois, no dia 17 de dezembro de 1852, Luisa entrou para o noviciado da Congregação das Irmãs de São José dedicando-se totalmente ao Senhor, numa vida de doação e sacrifício.
Maria Teodora foi uma das escolhidas para integrar a missão religiosa que viria ao Brasil e, no dia 29 de março de 1859, começou sua viagem. Em 24 de maio a Irmã chegou na Baía da Guanabara, onde se preparou para a viagem em direção a cidade de Itu-SP. Aqui chegou na tarde de 15 de junho de 1859. As Irmãs se instalaram temporariamente no prédio da Santa Casa de Misericórdia de Itu até que fossem concluídas as obras do colégio.
Passados alguns meses, o bispo da cidade, D. Antônio Joaquim de Melo, procura a Irmã Maria Teodora e lhe confia o cargo de superiora. Isso aconteceu no dia 13 de novembro, dia da festa de Nossa Senhora do Patrocínio e dia da inauguração do colégio que recebeu seu nome.
Madre Maria Teodora não entendia a escravidão no Brasil, e querendo quebrar as barreiras do preconceito da sociedade na época, realizou um enorme trabalho, quando abriu uma escola gratuita, no próprio Patrocínio, para as meninas escravas. Cuidou também da formação religiosa das escravas adultas.
Madre Teodora abraçou numerosas obras de caridade como orfanatos, asilos, hospitais, leprosários, escolas para meninas pobres. Aos 85 anos teve o fêmur fraturado, em conseqüência de uma queda, que a colocou em uma cadeira de rodas. Faleceu em 17 de julho de 1925, aos 90 anos. Seus restos mortais encontram-se sepultados no interior da Igreja do Patrocínio, onde é visitado por centenas de pessoas.    

Fotos: Madre Maria Teodora Voiron. Photographie Lançon Frères. Chambèry, 1909.
         Antonio Benedito Ramos, carreiro que conduziu Madre Maria Teodora, de São Paulo 
         a cidade de Itu/SP, em 1859. Foto de 1940.
Fontes: OLIVEIRA, Jair de. "Memória de Itu". Itu: Gráfica Gaviolli, 2011.
           SITE oficial de Madre Maria Teodora Voiron.



7.3.12

Praça Regente Feijo (Largo do Patrocínio)

Vista aérea da Praça Regente Feijó (Largo do Patrocínio) e do Colégio Nossa Sra. do Patrocínio, exclusivamente para meninas.
Nota-se, mais a direita da foto, os fundos e a torre da igreja do Convento Nossa Sra. das Mercês (o Conventinho), demolido na década de 1950.

Créditos: Foto Postal Colombo/Jonas Soares de Souza/Grupo Fotos Antigas de Itu/SP.

6.3.12

Hino de Itu/SP

Letra: Prof. José Luiz de Oliveira
Música: Prof. Roberto Manzo

I

Suba aos céus nosso brado de orgulho
Exaltando a cidade sem par
Que jamis se deixou igualar,
Pelo brio dos filhos que tem!

Estribilho

Teu início foi Utu-Guaçu,
Que Fernandes fundou para a glória
De tornar-se a cidade de Itu
Fidelíssima, berço da História!
Quem tuas ruas percorre insensível?
Quem te vê, minha Itu sem igual,
E não vibra, ao sentir invisível,
Renascer o Brasil colonial?

II

Glóra a Itu, que enviou Bandeirantes
Para a mata fechada explorar
E, afstando as fronteiras do mar,
O gigante Brasil desdobrou!

Estribilho

III

Nos teus templos de tanto esplendor 
O presente revive o passado!
Foi em ti que, de alerta num brado,
A República disse: "Presente"!

Estribilho

IV

Mas não só do passado tu vives, 
Minha Itu: teu progresso é brilhante!
Marcha em frente, com passo gigante
Para a glória de um grande amanhã!

Estribilho

Matadouro Municipal

Em 1845, na cidade de Itu/SP, o então vereador Sr. Manuel Martins de Mello propôs a criação de um Matadouro público, uma vez que antigamente, os animais eram abatidos em quintais de particulares. A indicação foi prontamente aprovada e, imediatamente, foi nomeada uma comissão responsável pela escolha do terreno, orçamento e construção. Compunham a comissão o próprio vereador Manuel Martins de Mello e José Manuel de Mesquita. Após algum tempo de pesquisas, foi um pasto localizado no Hospital dos Morféticos, o local escolhido para a construção. Finalmente, em 1849, inaugurou-se o primeiro Matadouro da cidade de Itu.
Segundo o historiador Francisco Nardy Filho, esse Matadouro não passava de um grande curral, com duas divisões, e um telheiro onde os animais eram abatidos. Embora rudimentar e em condições precárias de higiene, o local serviu por 37 anos.
Em Novembro de 1883, outra comissão de vereadores foi formada, para a escolha do local que abrigaria um novo Matadouro. Foi decidido que um terreno, situado na Chácara Piedade, de propriedade do Sr. Francisco Barreto de Souza, abrigaria o Matadouro. 
Após pagamento de 1:200$000 (um conto e duzentos mil réis), foi o Dr. Ramos de Azevedo, o responsável pelo projeto, planta e orçamento do novo local. 
A licitação aberta pela Câmara, a fim de financiar a construção, foi marcada por indecisões acerca das condições impostas pela Câmara Municipal, sendo o Sr. Josué Massagli, o vencedor da concorrência pública. Em 1886, sob a batuta do engenheiro e então vereador Dr. Francisco de Barros Jr., que fiscalizou as obras, foi inaugurado o novo Matadouro municipal.

Foto: Matadouro Municipal. Terreno da antiga Chácara Piedade. Década de 1950.
Fontes:  NARDY FILHO, Francisco. "A Cidade de Itu". Itu: Ottoni Editora, 2ª ed., vol.01, 2000.
             OLIVEIRA, Jair de. "Memória de Itu". Itu: Gráfica Gavioli, 2011.
          

5.3.12

A Greve dos carroceiros

No dia 30 de Agosto de 1885, ocorreu uma greve na cidade de Itu/SP. Tratava-se dos donos de carros de praça que, devido a publicação de um edital que tabelava os preços dos carros de aluguel, resolveram paralisar suas atividades.
A tabela de preços foi outorgada pelo então delegado de polícia da cidade, Dr. Joaquim Feliciano de Almeida e, além disso, impunha uma série de normas obrigatórias aos condutores dos antigos taxis (para utilizarmos aqui, uma terminologia contemporânea).
Entre as normas, uma que ordenava os cocheiros a andarem decentemente vestidos, calçados e com chapéus, além da pontalidade. Guiarem com cuidado e não maltratarem os animais, sob pena de multa de 5$000 (cinco mil réis) a 10$000 (dez mil réis), conforme a infração.
A greve durou seis dias e foi pacífica. Só teve fim quando o delegado aumentou em 500 réis os preços do tabelamento. Também flexibilizou as normas referentes ao vestuário, permitindo que o calçado poderia ser substituído por chinelos e o chapéu por uma carapuça.
Nessa época, havia em Itu cinco carros de aluguel e três trolles, pertencentes a Nhô Dorico, Nhô Gica Dias, Mimi Balduíno e Juquinha de Assis.

Fonte: NARDY FILHO, Francisco. "A Cidade de Itu". Itu: Ottoni Editora, 2ª edição, vol.04, 2000.

Museu Republicano "Convenção de Itu"

Criado pela Lei nº 1.856, de 29 de Dezembro de 1921 e inaugurado em 1923, pelo então Governador do estado de São Paulo, o advogado e historiador Washington Luiz, o Museu Repulicano Convenção de Itu/SP, está situado no antigo Solar da Família Almeida Prado, onde foi realizada a primeira reunião responsável pela formação do Partido Republicano Paulista (PRP), em 1873.


A instituição conserva em seu interior um rico acervo de fotos, documentos, objetos e obras de arte, tornando-se especializada no campo da História e da Cultura Material da sociedade brasileira entre a segunda metade do séc. XIX e primeira metade do séc. XX.
Atualmente o MRCI funciona como extensão do Museu Paulista da USP (conhecido como "Museu do Ipiranga"), possuindo 3 sedes:

- O Museu de História, localizado no sobrado oitocentista (foto acima); 
- O Centro de Estudos, que abriga a biblioteca, a área administrativa e a área científica e de curadoria, localizado na "Casa do Barão" (antiga Prefeitura Municipal de Itu/SP);
- "Casa da USP", onde funciona as atividades de conservação e restauro dos acervos.

Fonte: site do Museu Republicano Convenção de Itu/SP 
 

A bandeira de Itu/SP

Aí estão: O Rio Tietê (faixa horizontal azul) e seus afluentes (faixa vertical também azul) marcando, pela sua disposição no campo da bandeira, os quadrantes da Pátria una e indivisível, às suas margens, fixando através do friso amarelo-ouro, resplandece o espírito ituano, nas suas ásperas lutas de conquista e de colonização, para o bem da Pátria.
No entroncamento das duas faixas azuis, a figura branca do círculo, fechada pela linha da circunferência de sentido heráldico, traduzindo o eterno e o indestrutível, abrigando em seu centro o Brasão de Armas da Cidade de Itu, ponto de irradiação das duras ações por aqueles cursos d’água a serviço da Pátria.
Às margens do Rio Histórico, surgem 3 estrelas simbolizando a contribuição indestrutível e perene da gente ituana, na formação do organismo pátrio:

 Berço de Bandeirantes;
Celeiro de vultos imortais da nossa História;
Ninho de artistas do mais alto padrão espiritual, dentro das tradições e arte brasileira.

Fonte: Site da Prefeitura da Estância Turístca de Itu/SP.


2.3.12

Igreja Matriz

A Igreja Matriz foi construída sob as ordens de Pe. João Leite Ferraz, filho do Sargento-mór Antonio Ferraz de Arruda e D. Maria Pacheco de Souza Menezes. Para levantar as paredes feitas de terra de pedregulho pilado, foi contratado - diretamente de Sorocaba - José de Barros Dias, que trouxe escravos e carros de bois para o serviço. 
Para fabricar as telhas, Pe. João Leite disponibilizou seu próprio sítio - situado a margem do Rio Tietê - onde montou uma olaria. Mais tarde, com todas as telhas prontas, o padre convocou os cristão ituanos, a fim de as buscarem e cobrirem a Igreja. Essa operação durou vários domingos e outros dias santificados. 
Em 1780, finalmente, foi inaugurada a Matriz de Itu. Posteriormente, com o avançar dos anos, foram realizadas várias obras de reformas estéticas e funcionais, como por exemplo, a capela do Santíssimo, a troca do assoalho da igreja por um belo revestimento de mosaico e a Gruta de Lourdes, graças a D. Eliza Margarida Galvão de Camargo, além da instalação elétrica - bastante moderna para a época.
Segundo o ituano Francisco Nardy Filho, a Matriz de Itu é, talvez, o mais belo templo do estado de São Paulo, caracterizando-se pela arquitetura românica, sua luminosidade, ventilação, obras de entalhe - referentes ao Barroco e Rococó - e pelos altares laterais, de "fino e belo gosto", afirma o historiador.
O viajante francês, Auguste de Saint Hilaire, em seu livro "Viagem através das províncias de São Paulo e Santa Catarina", ao referir-se sobre a Matriz ituana, escreveu: "[...] é decorada com gosto e conservada com apurada limpeza. Com uma extensão de 57 passos de comprimento, tendo de cada lado da nave dois altares, além de outros colocados obliquamente, na entrada da capela-mór, com colunas magnificamente torneadas e douradas. O seu teto é pintado de belas pinturas por um artista, que, apesar de não ter tido escola nem bons modelos, demonstra, contudo, qualidades admiráveis".

Esse artista era José Patrício da Silva e Jesuíno Francisco de Paula Gusmão, posteriormente conhecido como Pe. Jesuíno do Monte Carmelo, ambos nascidos em Santos.

Foto: Igreja Matriz de Itu. (A esquerda, em 2º plano, a Igreja do Carmo e ao centro da foto, em 3º plano, pode-se observar as torres da Igreja de N. Sra. do Patrocínio). 
Créditos: Jonas Soares de Souza/Grupo Fotos Antigas de Itu/SP.
Fontes: NARDY FILHO, Francisco. "A Cidade de Ytu". Itu: Ottoni editora, vol.01; 2ª ed. 2000.

1.3.12

Grupo Fotos Antigas de Itu/SP

Matéria publicada no site itu.com, sobre o Grupo Fotos Antigas de Itu/SP, grande colaborador desse blog que vos fala. 

"Os membros já se encantaram com o grupo, que consegue instigar os olhares mais curiosos. Jovens e adultos fazem parte deste cenário intelectual, histórico e apaixonante que tem muito a dizer sobre a vida".


Leiam a reportagem!! 
http://conv.ly/g1






Foto: Antigo Café Eridano, atualmente situa-se o prédio do Banco do Brasil, na Rua Floriano Peixoto.
Créditos: Grupo Fotos Antigas de Itu/Ivana Brock/Nininha (Norma).

Simplício, o "Hómi" de Itu

Antes da carreira artística, Simplício trabalhou como vendedor em um armazém e também numa fábrica de tecidos em Itu, além de ter sido pipoqueiro, engraxate, jornaleiro e vendedor de lanche nos trens. Ele gostava muito de música e tocava bateria, e chegou a ser Secretário Municipal da Cultura e Turismo em Itu.
 
Seu interesse pela carreira artística surgiu quando ele assistiu a um espetáculo de circo que passava pela cidade. Ele impressionou-se a ponto de deixar sua cidade e ir embora junto com os artistas do circo, tornando-se um deles.
Já morando na cidade de São Paulo, passou a trabalhar em programas humorísticos nas rádios Cultura (com o programa O Clube dos Mentirosos) e Pirapitininga (com o programa Torre de Babel). Ele fez parte do primeiro programa de humor da televisão brasileira, A Praça da Alegria, veiculado pela TV Tupi, a convite de Manuel de Nóbrega.

Foi na Rede Globo, em 1967, onde ele começou a fazer o personagem que divulgava Itu como "a cidade onde tudo é grande" – o que começou como piada mas acabou virando marca da cidade, tornando Simplício muito querido entre seus conterrâneos. Numa das clássicas cenas de seu personagem de Itu, este entrava em cena com a mulher, Ofélia, e dizia o texto (com um carregado sotaque interiorano): "Vai, Ofélia, diga para o homem de que tamanho é a abóbora lá de Itu!" – ao que a mulher respondia, abrindo os braços: "É deste tamanho!" – e ele retrucava, bravo: "Não Ofélia, não é a pitanga, é a abóbora!"

"Eu sempre fui um cara muito simples, quase simplório, aí começaram a me chamar de Simplício" – disse ele