Com
uma objetividade, comparada aos recenseamentos contemporâneos, o
historiador Francisco Nardy Filho, no texto denominado “Itu de
outras eras”, realiza minucioso levantamento da realidade ituana
durante o ano 1765.
De
acordo com seus dados, frutos de exaustiva pesquisa histórica, a
Vila de Itu/SP, contava com 3.988 habitantes, entre os quais 2.758
eram livres (1.361 homens e 1.397 mulheres); 1.230 escravos (640
homens e 590 mulheres).
Para
a lavagem das roupas, aproveitavam-se das águas dos dois córregos
locais e, para beber, serviam-se da fonte do Cercado dos
Franciscanos, além da bica existente na saída do caminho dos matos
(atualmente, nas proximidades do 2ºGAC AP).
O
posto de Capitão-Mor era ocupado por Salvador Jorge Velho e o de
Sargento-Mor, por Antônio Pacheco da Silva. Além disso, era vigário
da vara eclesiástica, o padre Felipe Machado de Campos e o cargo de
pároco era exercido por Francisco Xavier de Gusmão. A missa simples
custava uma pataca (moeda de prata de origem portuguesa, que
circularam no Brasil entre os anos de 1695 e 1834. A série era
composta por moedas de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis, sendo a de
320 denominada pataca).
Missa
de corpo presente, 640 réis e a missa cantada 1$280 (mil duzentos e
oitenta réis). Encomenda e acompanhamento de defuntos custavam à
família do falecido, cerca de 640 réis (livres) e 320 réis
(escravos). Os batizados e casamentos eram voluntárias, ou seja,
cada padrinho e o noivo davam o que fosse conveniente.
A
Câmara de Itu/SP possuía a seguinte composição: Francisco de
Almeida Lara (Juiz Presidente); Manuel de Brito e Morais, Antônio
Leme da Silva e José de Arruda Penteado (Vereadores); Miguel Bicudo
de Brito (Procurador). Sua movimentação financeira girava em torno
de 154$760 em rendas (cento e cinquenta e quatro mil setecentos e
sessenta réis), com uma despesa de 130$363 (cento e trinta mil
trezentos e sessenta e três réis), obtendo em saldo, o valor de
24$397 (vinte e quatro mil trezentos e noventa e sete réis).
Essas
valiosas informações, extraídas do texto de Nardy Filho, são
consideradas uma das primeiras compilações de dados (se não a
primeira), relativas a organização social, política e religiosa de
Itu/SP, no século XVIII. Quiçá, nosso primeiro censo oficial antes
da invenção do IBGE.
GRAVURA:
“Vistas da Vila de Itu/SP”, Jean-Baptiste Debret (1768-1848)
FONTES:
NARDY FILHO, Francisco. “A Cidade de Itu: crônicas históricas”.
Itu: Ottoni Editora, vol. 05, 2000.
Wikipedia.
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