4.5.12

A Vila de Itu/SP em 1765 - dados de um censo


Com uma objetividade, comparada aos recenseamentos contemporâneos, o historiador Francisco Nardy Filho, no texto denominado “Itu de outras eras”, realiza minucioso levantamento da realidade ituana durante o ano 1765. 
 
De acordo com seus dados, frutos de exaustiva pesquisa histórica, a Vila de Itu/SP, contava com 3.988 habitantes, entre os quais 2.758 eram livres (1.361 homens e 1.397 mulheres); 1.230 escravos (640 homens e 590 mulheres). 
 
Para a lavagem das roupas, aproveitavam-se das águas dos dois córregos locais e, para beber, serviam-se da fonte do Cercado dos Franciscanos, além da bica existente na saída do caminho dos matos (atualmente, nas proximidades do 2ºGAC AP).

O posto de Capitão-Mor era ocupado por Salvador Jorge Velho e o de Sargento-Mor, por Antônio Pacheco da Silva. Além disso, era vigário da vara eclesiástica, o padre Felipe Machado de Campos e o cargo de pároco era exercido por Francisco Xavier de Gusmão. A missa simples custava uma pataca (moeda de prata de origem portuguesa, que circularam no Brasil entre os anos de 1695 e 1834. A série era composta por moedas de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis, sendo a de 320 denominada pataca).

Missa de corpo presente, 640 réis e a missa cantada 1$280 (mil duzentos e oitenta réis). Encomenda e acompanhamento de defuntos custavam à família do falecido, cerca de 640 réis (livres) e 320 réis (escravos). Os batizados e casamentos eram voluntárias, ou seja, cada padrinho e o noivo davam o que fosse conveniente.

A Câmara de Itu/SP possuía a seguinte composição: Francisco de Almeida Lara (Juiz Presidente); Manuel de Brito e Morais, Antônio Leme da Silva e José de Arruda Penteado (Vereadores); Miguel Bicudo de Brito (Procurador). Sua movimentação financeira girava em torno de 154$760 em rendas (cento e cinquenta e quatro mil setecentos e sessenta réis), com uma despesa de 130$363 (cento e trinta mil trezentos e sessenta e três réis), obtendo em saldo, o valor de 24$397 (vinte e quatro mil trezentos e noventa e sete réis).

Essas valiosas informações, extraídas do texto de Nardy Filho, são consideradas uma das primeiras compilações de dados (se não a primeira), relativas a organização social, política e religiosa de Itu/SP, no século XVIII. Quiçá, nosso primeiro censo oficial antes da invenção do IBGE.


GRAVURA: “Vistas da Vila de Itu/SP”, Jean-Baptiste Debret (1768-1848)
FONTES: NARDY FILHO, Francisco. “A Cidade de Itu: crônicas históricas”. Itu: Ottoni Editora, vol. 05, 2000.
             Wikipedia.
 

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