12.4.12

A Semana Santa em Itu/SP


Ao referir-se às celebrações da Semana Santa em Itu/SP, o historiador Francisco Nardy Filho, nos descreve com orgulho ituano, o respeito e devoção de seus conterrâneos aos ritos, cerimônias e eventos decorrentes dessa data.
Afirma que, nas quartas e sextas feiras da Quaresma, havia a mais absoluta abstinência da carne e que, na quinta e sexta-feira, o jejum era rigoroso. O comércio fechava suas portas já ao meio dia de quinta feira, abrindo somente na manhã de sábado, vivendo a cidade, nesse período, em completo silêncio e recolhimento. Não se falava alto pelas casas e ruas, não se faziam reuniões alegres e, até mesmo os trens da Cia. Ituana, chegavam e partiam sem ao menos apitarem.
A vistosa decoração e as missas da Igreja Matriz atraíam muitas famílias da Corte, todas encantadas com as solenidades religiosas, cujos púlpitos eram ocupados por renomados oradores sacros. Durante a noite, ocorria a cerimônia de lavapés, onde o Vigário Padre Miguel lavava e enxugava os pés de doze pobres. As famílias ituanas, ainda segundo o historiador, ostentavam ricos e finos vestidos pretos, acompanhados de belas e caras jóias, além das sobrecasacas masculinas.
No sábado santo, após a revoada de pombos, dava-se a tradicional queima do Judas, com sinos e a Banda 13 de Março. A procissão da Ressurreição, finalizando a Semana Santa em Itu/SP, saía as 4 da manhã, contando como coroinha e repicador do sino, o garoto Jugiquinha (posteriormente reconhecido como Almeida Jr., o pintor), que pernoitava para não faltar aos sinais da procissão, que preenchiam a cidade já a partir da meia noite.

FOTO: "Tradicional Judas em Itu/SP" - Foto Sétimo [s.d]
FONTE: NARDY FILHO, Francisco. “A Cidade de Ytu: crônicas históricas”. 2ª edição. Itu:Ottoni Editora, vol.03, 2000.

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